A tecnologia aplicada aos veículos vem incorporando inúmeros avanços que facilitam o dia a dia dos usuários e incluem um grande número de soluções de segurança que passam completamente despercebidas pelo motorista, porém, estão aí para salvar a sua vida. Mas em meio a tanta inovação, ainda há casos em que a realidade é mais estranha que a ficção.
uma porta que morde
Nosso protagonista é um homem de 81 anos da Flórida que estava curtindo seu novíssimo Jaguar XJL-R, um veículo topo de gama lançado há alguns anos cujo preço atingiu os 100.000 euros e que incluía um sistema que se encarrega de fechar a porta automaticamente de maneira suave. Este sistema era algo como a primeira versão dos sistemas atuais que se encarregam de abrir e fechar a porta automaticamente (a Jaguar o oferece em seus veículos mais recentes), embora, ao contrário de hoje, exigisse abrir a porta manualmente e empurrá-la para fechá-la.
Ao empurrar para fechar, o sistema ameniza o impacto da porta contra o chassi e aciona um mecanismo que se encarrega de fechar com certa pressão até que o trinco atinja sua posição de segurança. Basicamente é um sistema que evita que as portas fiquem entreabertas, além de eliminar a necessidade de bater a porta. No vídeo abaixo você pode ver o sistema em funcionamento.
Um processo por perda do dedo
O problema é que parece que a porta não é capaz de detectar nenhum tipo de obstáculo, e continua fechando mesmo que haja algum objeto que impeça o fechamento da porta. Foi exatamente o que aconteceu com Theodore Levy em 7 de agosto de 2018, embora o objeto em questão fosse nada mais nada menos que seu polegar.
O coitado deve ter colocado a mão na hora errada e visto como funcionava o sistema de fechamento (que por sinal se chama soft door closed, ou SCAD) lentamente esmagou o polegar até que ele fosse parcialmente amputado, destruindo parte da estrutura óssea, nervos, tendões e vasos sanguíneos do polegar. O processo inclui uma foto do estado atual do dedo de Levy, imagem que optamos por não incluir neste artigo.
Levy afirma que o sistema fecha "com firmeza" e não "suavemente" como a própria Jaguar o descreve, alegando ainda que a falta de sensores para identificar obstáculos (da mesma forma que um vidro elétrico para de subir quando atinge um braço). a porta um sistema perigoso que ameaça a segurança dos usuários.